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Pouco
antes de fazer essa constatação, estava se preocupando excessivamente sobre sua
inabilidade de encurtar a distância entre ele e Meria, e com Corvo, que parecia
despreocupado, discutindo o tópico com descaso.
Quanto
mais pensava sobre aquilo, mais pensava ter cometido um erro. O tópico era uma
fonte ideal de provocação para alguém como Corvo, que era o tipo de pessoa que
parecia pronta para gastar toda a sua energia em alguma coisa que parecia
divertida.
- Então
é isso... que você não queria me contar mais cedo. – Corvo disse, sem nem
tentar esconder o sorriso cruel. – Deuses, eu queria que você tivesse dito mais
cedo. Essa toupeira está interessada no gênero oposto!
Bom, ele parece estar bem humorado.
O
engano dele não era algo que valesse a pena corrigir. Ele estava se aproximando
de Meria precisamente por precisar escapar, nada mais e nada menos. Entretanto,
se tentasse corrigir Corvo, era óbvio que seria ainda mais incomodado. Apesar
de estar relutante, não havia nada que pudesse fazer a não ser deixar as coisas
como estavam.
- Bem,
além de presentes, é fundamental elogiar. Por exemplo, se eu tivesse meu cabelo
elogiado, ficaria feliz.
Ninguém perguntou sobre você.
Resistindo
ao desejo de retrucar, Muoru começou uma simulação em sua mente. Meria aparecia
em sua cabeça e falava. Felizmente, havia várias coisas que podia elogiar. E
claro, por ser sua imaginação, ele não se enroscou com as palavras. Yo, Meria, seu cabelo está lindo como
sempre. Obrigado Muoru, me deixa muito feliz ouvir isso.
-...Não,
não vai acontecer. Ela não ficaria feliz.
Corvo
direcionou um olhar cheio de simpatia ao garoto murmurando sozinho.
- Yeah, Yeah,
Meria-chan, certo? Eu não posso vir
aqui a noite, por isso nunca conheci ela, mas de alguma forma ela parece ser uma
pessoa difícil.
...Isso é verdade. Entretanto, ele não simplesmente não podia admitir isso. – Você
está sendo irracional, pare. – Talvez ele
fosse de fato um bom garoto, Muoru pensou, de forma meio ignorante.
...de alguma forma parece que até eu
estou desistindo.
Então,
ao invés de confortá-lo, Corvo disse algo estranho.
- Hmm,
isso faz sentido. Em outras palavras, talvez essa garota tenha o coração de um
esqueleto.
- O
coração de um esqueleto? – Muoru perguntou, sem pensar.
Os
olhos de Corvo se estreitaram, e como se estivesse hipnotizando, disse de forma
completamente fascinante.
- Olhe,
tente imaginar o interior do peito de um esqueleto. Carne e órgãos
interligados. E por trás das costelas brancas...
Corvo
abruptamente juntou suas mãos.
- É
vazio. – terminou.
Muoru
suspirou, como se tivesse sido enganado.
- Sobre
o que você está falando?
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